Pessoalmente não estou nada surpreendida com a gestão do Município de Maputo, principalmente desde que o comando passou para mãos do actual edil.
Contrariamente ao anterior, este só demonstrou falta de preparo na gestão do município desde a sua tomada de posse até aos dias de hoje, a prova são os vários artigos de opinião que circulam demonstrando descontentamento em relação à gestão do Município de Maputo.
Depois de terem sido forçados a suspender a obra por falta de consultas e pelas implicações relacionadas com o reassentamento das populações, os homens da nossa circular vieram para um lugar mais pacífico, onde provavelmente não terão problemas semelhantes aos encontrados nos demais troços de estrada, falo-vos então da Avenida Marginal, enquanto ganham tempo para resolver os problemas.
Há sensivelmente uma semana que os homens da Circular encontram-se alojados naquele troço, quando começaram podia-se usar as duas faixas mas na medida em que as obras vão avançando, as faixas ficam reduzidas a uma única para os dois sentidos de trânsito.
Hoje, o jornal Domingo publica um comunicado sobre a circular que passo a citar:
“No
âmbito do programa de mobilidade e acessibilidade na cidade e província de
Maputo, o Governo de Moçambique, através da Empresa de Desenvolvimento de
Maputo, E.P,﴾ Maputo Sul,
E.P), está a implementar as obras do Projecto da Circular de Maputo, da qual a
secção – I Praia da Miramar – Ponte da Costa do Sol é parte integrante. Deste
modo, a Maputo Sul,E.P., em coordenação com o Conselho Municipal de Maputo
informa que a partir de 15 de Abril de 2013, a Secção - I, compreendida entre a
Praia da Mira Mar e a Ponte da Costa do Sol, vai beneficiar de obras de
alargamento da via. A duração prevista da obra é de oito (8 meses). Neste
período, a circulação de automóvel e público em geral pode estar condicionada,
sendo de recomendar a máxima prudência principalmente aos automobilistas que,
sempre que possível devem usar vias alternativas. O Conselho Municipal e a Maputo
Sul, E.P., apelam a compreensão e colaboração de todos os utentes, face ao constrangimento e transtornos
que as obras poderão causar, na melhoria das vias de acesso”.
Este comunicado talvez em outros países
servisse, até mesmo porque foi avisado com relativa antecedência, dir-se-ia que
está dentro dos padrões normais de um comunicado, mas para o nosso caso, pouco
impacto positivo acarretará e não é por falta de vontade mas porque não há condições para tal, senão
vejamos.
Pede-se no comunicado o recurso de vias
alternativas, mas quais? Este é um facto que me deixa intrigada, pelo facto do
senhor Simanguito e o seu executivo não terem pensado nas vias alternativas.
Por exemplo as pessoas que vivem no Bairro da Costa do Sol por qual rua ou
avenida recorrerão para chegar ao centro de Maputo?
Para os que vivem depois do mercado do
peixe poderão não ter muitos problemas uma vez que existe pelo menos ﴾que
conheça﴿ uma rua alternativa que sai por trás do
Hotel Radisson. Mas os que estão por exemplo na zona do restaurante Costa do Sol
e mais abaixo estão condicionados, ou terão que pagar a portagem clandestina da
ATCM para usar a rua que está sob gestão desta associação, o que poderá
constituir algum problema na medida em que nem sempre temos dinheiro para tal,
ou terão que dar uma volta maior ﴾da lixeira do Hulene ou do Benfica﴿.
Pois é, num país normal, antes de se começar com obras de grande envergadura
que condicionam o trânsito em certas avenidas e ruas, criam-se condições para
que os utentes dos mesmos não se sintam prejudicados, mas na nossa Pérola do
Índico as condições são criadas (quando tal acontece) depois do problema
surgir.
O mais caricato é que há muito que se
fala na construção da Circular, tiveram tempo mais do que suficiente para não
lesar os utentes, primeiro pela reparação de vias secundárias que se encontram
em péssimo estado de conservação, segundo pela rápida reparação do prolongamento
da Avenida Julius Nyerere, mas nem uma nem outra coisa está feita.
Este cenário vem mais uma vez demonstrar a incompetência do Município diante de uma situação que poderia ser evitada e mais
uma vez quem paga por isso somos nós que teremos que alterar por completo o
nosso modo de vida.
É preciso que o Município pare com esta gestão
ad hoc, está provada que não é das melhores e mais, só revolta ainda mais os
munícipes.
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